Município incentiva o desenvolvimento da produção de alfafa
No mês de dezembro de 2014, a Associação Hervalense dos Produtores de Alfafa (AHPA) realizou a entrega de equipamentos agrícolas para produtores de alfafa do município, aprovado pela Câmara de Vereadores através de uma cessão de uso pelo projeto de lei nº 017/2014.
Os equipamentos foram destinados por meio de emendas parlamentares e são patrimônio da prefeitura. Os produtores tem acesso os equipamentos: três enfardadeiras, segadeira para o corte e distribuidor de calcário. O maquinário cedido tem custo total estimado de R$ 300 mil.
O incentivo com a cessão de uso dos maquinários, entre a Prefeitura de Herval d’ Oeste, AHPA, Epagri e Banco do Brasil é possibilitar tecnologia e amenizar o êxodo rural e, ainda para que a cultura continue sendo produzida.
O município de Herval d'Oeste é considerado a Capital Catarinense da Alfafa devido a quantidade de feno que se produz no município. O produto é destinado para diversos estados brasileiros, principalmente São Paulo. E já despertou o interesse de outros estados, como é o caso do Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e os vizinhos Paraná e Rio Grande do Sul.
A alfafa é muito nutritiva, apresentando importantes qualidades como feno, sendo considerada um dos melhores alimentos para a bovinocultura de leite e também para a alimentação de cavalos.
Com a chegada do verão, que aumenta o calor e também a umidade com chuvas isoladas, a expectativa a AHPA é que a produção da forrageira aumente. O presidente da Associação, Itacir Brandalise destaca que a produção anual chega a 4 mil toneladas e que ao todo o município possui uma área de plantação de 300 hectares. “A planta é renda permanente para agricultura familiar. E dá lucro de 50%. A alfafa é considerada como perene e conforme o manejo, são realizados até sete cortes ao ano. Feita a correção de solo adequadamente a cultura pode ter como duração média de até sete anos”, pontua, salientando que nesta época o corte pode acontecer a cada 25 a 30 dias.
Para o produtor Jair Cavalli de 43 anos, morador da comunidade de Sede Belém e planta a forrageira há cerca de 20 anos, hoje possui cerca de 6 hectares de alfafa plantada, o que comparado, daria seis campos de futebol juntos. “Tenho lucro certo e compra garantida com a alfafa, faço seis cortes em um ano, e somo cerca de 9 toneladas por corte”, explica o produtor que a alfafa é comercializada pela média de R$ 0,60 o quilo.
São cerca de 15 produtores de alfafa que tem acesso os equipamentos, em forma de agendamentos nos três núcleos espalhados pelo município. E que tem aperfeiçoamento e certificação com a produção do feno. Os grupos estão localizados em Sede Belém, Perpetuo Socorro, Lageado Bonito e Serra Alta. Em Sede Sarandi, Barreiros e Capoeirada; São Bom Jesus da Barra Verde, Rio Sapato, Rancho Queimado e São José da Barra Verde.
Outro produtor, Gilberto Peccin aderiu a associação recentemente, ele que é produtor de alfafa há 20 anos, produz em suas terras cerca de 2 mil kg em 1 hectare ao ano, para tratar o gado leiteiro. “Vi vantagem em ser associado e porque posso pagar um valor acessível e justo pela manutenção das máquinas”, disse.
O prefeito Nelson Guindani, que é produtor da planta e desenvolveu juntamente com colaboradores o Projeto Cultivo da Alfafa em 2003, destaca que os perfis das propriedades produtoras de alfafa têm em média 2 hectares, caracterizando minifúndios. “O cultivo se dá em áreas de eclividade acima de 20%, ocupando uma área onde não são utilizadas para plantio de culturas anuais, como exemplo o feijão e o milho”, explica o prefeito.
“Esta cultura torna-se viável dentro das propriedades rurais, sendo uma excelente alternativa de renda para os pequenos produtores, pois proporciona retorno rápido em um prazo de 35 dias, o que provoca um equilíbrio financeiro na propriedade, utiliza mão-de-obra familiar, o que reduz custos, aproveitando o potencial humano da propriedade”, explica o prefeito.
Renda garantida
A produção de alfafa de Herval d’ Oeste se dá de forma artesanal, com a utilização de poucos insumos modernos, uma vez que não agridem o solo, preservando assim o meio ambiente.
A tradição do cultivo da alfafa é reconhecida pela Lei Nº. 12.594 de 04 de julho de 2003, como “Capital Catarinense da Alfafa”.
A Associação localizada na Linha Barreiros no interior do município de Herval d’Oeste foi fundada em primeiro de outubro de 2003 e se constitui em uma sociedade civil sem fins econômicos ou lucrativos. E tem por objetivo fomentar a produção de alfafa e seus sub-produtos; organizar a comercialização de produtos oriundos da cultura, auxiliar na melhoria da qualidade e padronização dos produtos, viabilizar a aquisição de insumos e equipamentos para a produção e comercialização das famílias envolvidas.
Também, integrar as famílias no trabalho coletivo, promovendo a cidadania e o bem estar social. Promover a capacitação e especialização dos associados, administrar bens públicos municipais, com termos de cessão de uso, termo de comodato, tais como equipamentos e máquinas e estimular a preservação ambiental.
A AHPA possui programa na Rádio Nova Líder AM, todas as sextas-feiras a partir das 13h15, apresentado há 11 anos pelos próprios associados.
Saiba mais – A cultura de plantar alfafa existe há mais de 70 anos no município. A planta é considerada a rainha das forrageiras e já faz parte da cultura dos produtores, além de ser uma das bases da economia da cidade. A planta é rica em proteínas e utilizada como alimentos para cavalos. O broto, já foi utilizado como complemento na merenda escolar, sendo utilizada em sucos, saladas, bolos e outras receitas”.
Segundo o Núcleo Catarinense do Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, o consumo diário da forrageira o estado chega a 5kg. Hoje cada criador chega a usar até 4 mil kg ao mês.
A cultura da alfafa, segundo contam os produtores mais velhos, começou no início da década de 30 através do advento da linha férrea, meio de transporte para o estado de São Paulo.
PAULA PATUSSI
Assessoria de Imprensa